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Foto do escritorSamantha Teixeira

Resenha de "Totem e Tabu" de Sigmund Freud

O primeiro capítulo do livro Totem e Tabu de Sigmund Freud, Horror ao incesto, apresenta ao leitor costumes e ideologias dos tempos primórdios. A definição dos termos totem e tabu foi sucintamente explicada no inicio do texto, porém ao decorrer da leitura é possível obter melhor entendimento.

Comparações são feitas entre o homem moderno e o primitivo; isto proporciona ao leitor a reflexão do quão semelhante é dos seus antepassados. Existem nos dias atuais costumes herdados, como a prevenção de relações incestuosas. A partir desta característica comum, o autor conclui o texto ressaltando que atualmente, o sujeito definindo como neurótico é aquele que não supera os desejos proibidos na infância, o complexo de Édipo.

Há uma provocação de Freud quando exige do leitor que haja reconhecimento de suas semelhanças com homens selvagens. Mas, de certa forma, o regulamento totêmico existente em tempos tão distintos ainda se aplica ao cotidiano.



Como explicado na leitura, o incesto era aplicado de forma mais ampla – o que é compreensível, afinal a divisão da comunidade se dava por clãs nos quais nem todos os indivíduos eram consangüíneos. Atualmente a instituição familiar representa o parentesco de sangue – o que restringe e limita a relação incestuosa. Nota-se que os tempos mudaram, os homens evoluíram e o incesto continua sendo tabu. Isto evidencia que tabu é atemporal e possui dificuldade em quebrá-lo.

É intrigante que homens selvagens pudessem ter concepções morais sobre certo e errado em uma comunidade. Devido à selvageria, o incesto estava mais propenso a ocorrer no clã totêmico, desse modo a evitação se fazia necessária. Se considerado que a evitação não vigora na atualidade, a relação incestuosa continua sendo possível.

O antropólogo Levy Strauss afirma que o incesto é característica natural do ser humano, contudo o mesmo é impulsionado a superá-lo. Neste ponto, há concordância com o ponto de vista de Freud. A psicanálise determina a tentação das relações incestuosas como inconsciente – o que remete a algo natural do individuo, apesar disso a prevenção do ato incestuoso é consciente e faz-se necessária.

Quando ocorre falha na superação do complexo de Édipo, o sujeito é considerado neurótico, ou seja, possui infantilismo psíquico. Ao ler o capitulo e aprofundar-se na psicanalise, pode-se concluir que o individuo possui o superego comprometido, visto que este é herdado pelo complexo de édipo, segundo o autor Juan Carlos Kusnetzoff em Introdução a Psicopatologia Psicanalitica, e impõe restrições de impulsos instintivos originados no Id.

A leitura permite que haja melhor compreensão das relações grupais desde as instituições tribais até as famílias contemporâneas, segundo a abordagem psicanalítica. O autor proporciona uma viagem à época primitiva, estimula a atividade reflexiva e o senso crítico do leitor. A obra Totem e Tabu é esclarecedora e interessante para quem busca conhecimentos sobre Psicologia e para admiradores de Freud.


Referência Bibliográfica

FREUD, S. (1913-1914) Totem e Tabu. Edição Standard Brasileira das Obras Completas. Rio de Janeiro: Imago, 1974. v. 13.

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